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Vivendo bem no inferno.

Aquele que sabe posicionar-se bem na vida, vive bem até no inferno.

Você precisa conhecer o mundo no qual você tá existindo. É uma premissa básica.

Todos os nossos sentidos percebem o mundo físico, o sentido serve para traduzir os impulsos  que são gerados no mundo em comum para que então a alma consiga interagir com o mundo e surja um aperfeiçoamento visando a perenidade, o eu-superior.

Tudo que nos cerca vai alimentar nossa alma. Eu conheço a coisa física através dos sentidos, mas é preciso conhecer a mecânica da própria alma pois, se eu não conheço a minha própria alma como eu vou conhecer a alma das coisas as quais eu vejo? Se eu não conheço a minha alma, como eu vou conhecer a alma do mundo no qual existo? Se eu não conheço a minha alma, como eu vou conhecer a alma das coisas que me permitem ter essa experiência que nós chamamos de vida?

Essa é a importância da gente conhecer em detalhes aquilo que nos cerca, a mecânica do mundo no qual existimos, para que então se consiga atingir o bem viver, para que então eu consiga me sair bem inclusive no inferno. Para onde eu vou, portanto, é problema meu, mas em qualquer lugar que seja eu vou saber me virar.

"Sempre o que existe tem precedência sobre aquele que vem a existir a partir dele", disse Paracelso. Por exemplo, todos os peixes vem a existir no mar. Portanto, o mar tem precedência sobre os peixes. Apenas são de natureza diferente, mas todos os peixes vivem no mar e dependem do mar para viver.

Na relação homem e mulher, portanto, nessa analogia, o homem seria o peixe e a mulher o mar (um peixe de seu próprio mar). Há milhões de anos, antes da polarização dos sexos, o ser reproduzia-se de si mesmo. A mulher é o mar de onde se origina todos os peixes.

O homem e a mulher são para aqueles que eles criam a mesma coisa que o mar é para o peixe. O ser humano cria uma série de pensamentos, emoções, o que seja, e todos são seres vivos diferenciados que vivem na ambiência e se alimentam daquele que os gerou. Os peixes no mar.

É necessário, portanto, concluir que todo pensamento, toda emoção, todo sentimento, existem fisicamente, são seres vivos e criados por cada um, que se atraem e se repelem da mesma forma que a física e a química científicas tentam explicar o material através do empirismo.

O que acontece nas reações químicas é mais ou menos o que acontece nas reações entre pensamentos e emoções. Pensamentos e emoções possuem mecânicas de repulsão, atração, se misturam como similares, se afastam como água e óleo. Há um funcionamento que embasa isso.

Trazendo para o cotidiano, seria o seguinte: o que de bom que há em mim se identifica com o que de bom há na outra pessoa, a experiência que eu tenho é igual ao que ela tem, a conversa flui e nessa troca de símiles deriva a amizade. Ou então o sofrimento que aquela pessoa pode me causar é interessante evolucionalmente e eu me sinto atraído por aquilo que vai me causar sofrimento. É a tônica do necessário.

Você pode evoluir pelo caminho do conhecimento, pelo amor ou pelo sofrimento.

Então por isso é comum aquela expressão normalmente dita por uma tia, avó ou alguém mais íntimo: "oh, essa aí tem dedo podre para escolher namorado." Não é que haja dedo estragado,  é que em você funciona essa mecânica de ver no outro aquilo é necessário para que você cresça.

As vezes aquela coisa confusa, densa, caótica, movimentada, para mim parece atraente por que em mim há a necessidade daquilo se resolver, e a necessidade que há em mim é porque em mim há um conjunto de elementos que vão se alimentar daquilo sabendo trilhar ocaminho da solução.

"Po, eu não sei porque me senti atraído por aquele traste", é porque há uma ligação, uma afinidade que acontece no invisível. O que em mim existe se identifica com o que naquela outra criatura existe. Naquela pessoa pode ter alguma coisa que vai acender as dores que em mim existem, de início uma atração, na continuidade sua repulsão.

Você se atrair instintivamente, se atrair pelo sexo, pela aparência, mas se não houver uma atração superior, uma ligação superior, ela não se mantém e aí começa o atrito, pois quando o atrito começa surge a dúvida do que levou aquela situação, o que te fez sentir atraído pela pessoa.

A tônica da vibração daquela criatura em mim tem símile. A repulsão, por outro lado, seria o que aquela pessoa existe em mim não causa sintonia harmônica, como se aquela pessoa fosse Z e você fosse A, como se aquela pessoa você densa e você leve, mas perceba que mesmo assim ainda é necessário existir algum ponto de conexão para que essa informação seja trocada, para que isso seja mecanizado.

A antipatia ela é proteção, a antipatia surge não por aquela pessoa ser ruim, mas porque em mim a interação com aquela pessoa causaria uma reação que o que há nela em mim não tem símile. Eu posso ser um traste e a outra pessoa ser boa, em mim não haverá aquilo que proverá relacionamento de troca.

Afinidade é o ad finis, ou o entendimento de que tal pessoa estão em tão perfeito equilíbrio que o território dela começa exatamente onde termina o seu, entende? A perfeita colocação, o perfeito encaixe, a perfeita sintonia, isto é ter afinidade com alguém. O sufixo dado representa a prática de algo, portanto afinidade é a prática do entendimento desta mecânica velada. Estar em afinidade com alguém é entender quando ela está triste, perceber suas emoções, seus sentimentos, suas vontades, suas tristezas e felicidades, pois vocês compartilham o mesmo mundo, ocupam espaços parecidos, são vizinhos do invisível.

É impossível ter afinidade com alguém que é totalmente diferente de você. Você pode conviver com alguém oposto, mas não ter afinidade. Você pode ter afinidade básica, instintiva, sexual, afinidade pelos mesmos prazeres, afinidade abstrata, até chegar em certo ponto de compartilhar tantas afinidades que se cria a amizade. A afinidade vai construindo laços entre as várias camadas do ser até criar o amor.

Em tal ponto que, você não tem mais apenas afinidade porque gosta do mesmo time de futebol, assiste a mesma novela, ouve a mesma música... A afinidade evolui a tal ponto em que você tem afinidade com aqueles que trabalham pela mesma coisa que você, e não no sentido de segunda a sexta, das oito às seis. Esse entrelaçamento vital entre ambos, essa afinidade forte, gera tamanha força que é capaz de transpor o fenômeno que nós conceituamos como morte.



Existe uma linha muito tênue entre malícia e incompetência.

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