Quem quer conhecer mais para reforçar-se psicologicamente, não busque conhecer tanto.
Não há maior ilusão que o pretender descobrir o segredo último das coisas. Ta segredo não existe, malgrado as pseudoprovas e superficialidades impostas como verdades absolutas pela ciência, religião e filosofia.
Este absurdo desejo de pretender aprisionar a verdade, o fato, em si, traduz-se apenas como extravio e desgaste de vitalidade e saúde.
Assim, morre-se em vida. E depois põe-se a culpa em agentes externos e materiais - que em realidade nosso pensamento engendra previamente - pelas doenças aparentemente físicas e mentais que nos afligem e nos aniquilam.
Mas abandonar as escolas achando que só assim seremos livres é inútil. Sermos livres é um estado de tranquilidade mental. É uma condição natural e intrínseca a cada um de nós que fica ofuscada pela ignorância do ego-pensamento e consequentes desejos.
Sermos livres é um estado de vigilância impessoal e espontaneidade: impedir que as trevas pensadas aumentem e se densificam. Podemos ser perfeitamente livres mesmos presos em uma cadeia. Qual o pior castigo em uma cadeia? A solitária. Preso com sua própria consciência. Preso contigo mesmo. E podemos ser livres mesmo entre o aparente cumprimento das obrigações escolares em que, por força das circunstâncias, somos obrigados a memorizar ásperos e maçantes compêndios didáticos.
Quem estuda e não acumula mentalmente sempre sabe. Quem estuda e acumula para conhecer se especializa e morre.
Sermos livres não significa dizer "sim" ou "não" ao professor. Sermos livres é ouvir tudo, sem apegar-se a nada. Significa ouvir não apenas o educador que tenta informar, mas também saber escutar todos os sons e ruídos de todas as coisas e seres, por mais insignificantes que pareçam ser.
Diante da exposição dogmática, melhor seria dizer à nós mesmos: ué, vá lá que seja. Mais duvidando que aceitando. Crenças formadas e radicalismos extremos não conduzem a lugar nenhum.
O segredo, que não é segredo, é apenas compreender por compreender. Quem compreende, compreende e basta. Aperceber-se das limitações é a verdadeira liberdade.
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