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Crianças e persona.

Temos uma forte atitude, em nossa cultura, e em outra culturas, altas culturas, com os novos membros de nossa sociedade. Em vez de sermos abertos, "sejam bem vindos à raça humana", nós seguimos conjuntos de regras, e dizemos "olha, queremos mostrar que regras nós seguimos, e quando você entender as regras que seguimos, e ficar mais velhos, podes tentar mudar e criar algumas melhores". Nós criamos uma configuração em que eles está em teste, aparentemente, como um candidato à humanidade, então para preservar nosso papel como pais, como professores, fazemos o que fazem em certas escolas de dança, por exemplo, em que não te ensinam a verdadeira história da dança, pois se te ensinassem, em poucas semanas estarias dançando. Eles sabem, no entanto querem te manter de fora.

E assim, temos todo um sistema de preparo da criança à vida que é sempre preparo e nunca de fato chega lá. Em outras palavras, temos um sistema de escolas que começa com notas, colocamos essa pequena criatura em um estado em que sempre preparamos para algo que supostamente acontecerá, então na creche, te prepara para o pré, no pré te prepara ao fundamental, no fundamental te prepara ao médio, no médio tentam de fascinar em algo para que entres na faculdade, e na faculdade se te destacas vais ao mestrado, e daí então, sinceramente, te tornas um eterno "estudante", virás um professor, doutorado, etc....

Mas na forma normal não te querem tão especializado assim, te querem depois do curso, depois da formatura…

Mas o começo, o ir ao mundo mesmo, nunca de fato acontece. Ficas a vida inteira treinando. E eis que um dia acabas no mundo de verdade. Acabamos então, por não servir de nada a especialização, em um mundo de vendas. Aí precisas cumprir um objetivo, um limite mínimo. E aí cumpres o limite mínimo, eles mudam para um maior. E aí viras vice-presidente, de repente, sentes que chegaste em algum lugar…

Com um certo senso de ter sido traído. Pois é exatamente como sempre foi, sentes que agora és como sempre fostes. E um desespero pelo futuro surge. Aí o objetivo final aparece: aposentadoria.

Quando terás a grana, e o tempo, para fazer o que sempre quisestes. Mas ao mesmo tempo, o que sempre tivestes. A impotência, o senso de apodrecimento, a falsa energia.
Então a coisa toda, do começo ao fim, é o engano, uma mentira.

Outro aspecto do engano surge, percebes que te envolveu em um negócio estranho. Em que divide teu dia em trabalho e diversão. Trabalho é algo que todos fazem, e te pagam para fazer pois ninguém podia querer fazer mais que tu. Então, é tão chato e entediante e só tu aceitas que te pagam para isso. E ganhas dinheiro com isso. E o objetivo de ganhar dinheiro é ir para casa aproveitar o dinheiro que ganhaste. Comprar prazer. Tamanha falácia, dinheiro algum compra prazer. Pois todo prazer não depende disso.

Em outras palavras, moro no litoral. Um lugar onde há mansões e barcos de centenas, milhões de reais. Coisas que na maior parte do tempo ninguém usa. Foram comprados sob o pretexto de que trariam prazer. Mas aí descobrem que ter um barco carece a arte da navegação. Coisa que poucos tem tempo, então o barco vira algo para raros momentos. E a mansão carece de dois, três empregados para cuidar ao longo do ano.

Aí pensa, vou ganhar muito dinheiro, fazer orgias, coisas que ninguém faz, festivais de comida, televisões gigantescas, filmes, assistir a vida através da algo que não posso tocar, sentir, cheirar, sequer há efetiva cor. Há uma segunda sensação estranha de que toda precessão de graus que levavam à algo no futuro até este maravilhoso sabor de fim da linha nunca chegou como prévias.

E isso é pois do começo condicionamos nossas crianças à certos sensos de identidade defeituosos. E isso é o ponto mais importante de todos.

Uma criança cresce em nossa cultura, e como, repito, não é apenas a cultura ocidental como do mundo moderno, nós condicionamos a criança de tal forma que configura a criatura à um problema de vida insolúvel. De tal forma atendido em partes por coisas que a sociedade oferece, e que apenas leva ao futuro, de forma que um que sobreviva, que aprenda a viver até o futuro ao tempo em que nunca aprenda a viver hoje. Estranhamento contrário ao clássico carpe diem.

Fazer planos ao futuro ao futuro deveria ser fatia dada somente aqueles que sabem viver no presente. Se não sabes viver no presente, nunca saberás viver no futuro que planejou. Pois vives em uma síndrome em que felicidade consiste apenas em promessas, não em realização. Enquanto pensar que só virá amanhã, nunca virá. Como se o dinheiro todo fossem apenas notas promissórias de uma riqueza futura, nada chegará. Pois a promessa é amanhã, e como qualquer filósofo entende, amanhã nunca chegará. E você vive hoje como se amanhã chegará. Confúcio disse, se um vive o agora de forma plena pode morrer feliz na manhã seguinte. Pois um que fez o que queria já está satisfeito. Se nunca sentiu a capacidade de viver o momento de forma plena, morrerá infeliz.


O principal fator nessa condição é estar, como disse, no modo como damos identidade às crianças, e neste respeito fazemos algo estranho. Definimos, pois, consideremos isso por um momento, como ser uma verdadeira pessoa? Como ser um falso genoíno? Ser pessoa é usar uma máscara, a persona era uma máscara usada por atores gregos, uma máscara megafone em que as pessoas usavam para se mostrar cada vez mais.

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