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O assassinato de Anzola (Smartmatic).

Ainda sobre a denúncia postada ontem, mais informações retiradas do reporte de Carlos Julio Peñaloza em 2013, contando a história por trás do assassinato de Anzola, um dos fundadores originais da Smartmatic.

Antes de escolher a Smartmatic, Jorge Rodriguez e sua irmã Delcy Rodriguez foram convidados a Boca Raton por Alfredo Anzola, um dos proprietários da empresa. Alojados discretamente no Waldorf Astoria Resort, o mais exclusivo da região, acertaram os últimos detalhes. Existem registros e testemunhos da passagem e gastos ocorridos pelos “experts” da CNE. Neste lugar não havia nada para inspecionar. Essa visita foi uma viagem de prazer e celebração adiantada para o par de pombinhos composta por Delcy Rodriguez e Alfredo Anzola.

Ao regressar de sua visita ao império (EUA), o CNE deu luz verde a licitação que “ganhou” a Smartmatic. A vitória foi viciada, e algumas vozes de protesto dentro da CNE surgiram mas foram ignoradas.

Os protestos das vozes de oposição Sobella Mejias e Ezequiel Zamora, por serem minoria, não foram ouvidas. Sendo tratadas com desdém. Jorge Rodriguez, agente preparado em Cuba, era todo poderoso na CNE. Sem ter experiência administrativa, foi nomeada a dedo por instruções de Cuba, que comanda a Venezuela veladamente.

Jorge tinha uma missão a cumprir. Devia preparar um novo sistema eleitoral funcionando para o fim de 2003. O referendo revocatório (pedido pela oposição por afirmar fraudes no referendo chavista) era impossível de evitar e os Castro haviam decidido não entregar. Graças a uma série de esquemas legais o prazo conseguiu ser estendido até 15 de agosto de 2004. Somente quando o governo Chavez se convenceu de que aumentava o risco de uma explosão social, aceitou fixar essa data para o referendo.

Para então o software, que era a parte mais engenhosa, estava pronto em Cuba e seria vendido através da fachada da BIZTA. O hardware a ser adquirido eram maquinas Olivetti de jogo que se vendiam ao público em lojas especializadas. As mesmas máquinas eram usadas em loteria. A instalação do sistema e a transmissão através da rede da CANTV não tinha grandes ciências. SMARTMATIC era só a cara do projeto. Nos bastidores, o diretor era o tenebroso Ramiro Valdés e por trás dele os irmãos Castro. SMARTMATIC era um simples instrumento.

As denúncias caladas.

Na data fixada se fez o referendo revocatório para decidir a permanência de Chavez na presidência. Quando o CNE deu a conhecer os resultados, dando o triunfo a Chvez por ampla margem, surgiram numerosos sinais de fraude. As encostas anunciavam unanimemente um resultado mais estreito. Os protestos foram calados quando a OEA, o Centro Carter e, inclusive “La Colina”, um grupo de técnico de oposição controlado por Teodoro Petkoff, deram aval aos resultados.

A partir de então a SMARTMATIC começou a receber sem licitação novos contratos para seu sistema eleitoral e os capta para o sistema SAI que apresentou conjuntamente aos cubanos. A partir desse momento se criaram disputados sobre a repartição de benefícios entre os sócios oficiais e os “sócios ocultos” que trabalham no governo. Estes últimos pressionavam por uma maior participação nas repartições e controlavam o pagamento. Alfredo Anzola foi o sócio da SMARTMATIC que mais se opôs ao aumento desses pagamentos ilícitos. A partir dali tornou-se um incômodo.

A este detalhe se agregaram anos depois os resultados do referendo de 2 de dezembro de 2007, no qual foi derrotado o governo por ampla margem. Ante a avalanche de 62% de votos contra e decidida posição dos militares, Chavez conclui que não era prudente desconhecer os resultados. Simultaneamente, para não demonstrar muita debilidade, deu instruções de rebaixar a diferença da derrota a 51%. Ao inteirar-se deste feito, o engenheiro Alfredo Anzola manifestou seu desacordo. Ele tinha acesso aos resultados reais e condenou a ação do governo. Os cubanos souberam dos comentários ácidos de Anzola e provavelmente começaram a buscar formas de se desfazer deste incômodo sócio.

Um caranguejo sem sofrimento.

Em meados de abril de 2008, Anzola se inteirou de que os comissionistas do governo exigiam um superfaturamento pelos leitores de digitais de quase o dobro do estipulado inicialmente. Ante esse feito, ameaçou publicar documentos inconvenientes se não se cumprisse o contrato inicial. No domingo 27 de abril se fez uma reunião para tratar de chegar a um acordo,mas foi em vão. Ao terminar esse encontro, Anzola apresentou um ultimato estabelecendo um prazo perentório para cumprir o acordo original.

Essa noite os órgãos de segurança do Estado detectaram que Anzola tinha previsto sair ao dia seguinte para Curaçao junto de seu advogado. Segundo os informantes, Anzola havia convocado uma reunião de acionistas da SMARTMATIC para revelar documentos muito delicados. Na segunda feira, 28 de abril de 2008, Alfredo Anzola de 34 anos abordou com seu advogado Eduardo Ramirez Mendez, de 59 anos, em um avião Piper Navajo em rota Maiquetia-Curaçao. Este avião executivo charter era pilotado por Mario José Donati, de 43 anos. Esse foi seu último voo. Poucos minutos da decolagem o avião executivo caiu sobre uma casa no setor Catia La Mar, próximo do aeroporto de Maiquetia. No sinistro morreram os três ocupantes do avião e seis pessoas em terra.

Quando os jornalistas correram para o lugar do acidente notaram que a zona estava cercada por um forte contingente de agentes da DISIP (agência de serviço secreto venezuelano), com o próprio Ministro do Interior Ramín Rodriguez Chacin chefiando. A imprensa também reportou que quando os mortos e feridos foram transladados ao hospital de Pariata, entre os que entraram a visitar Anzola no centro hospitalar estava o diretor do CNE Jorge Rodriguez.

O que haviam Jorge Rodriguez e Ramon Rodriguez Chacin nas imediações do aeroporto quando ocorreu o acidente? Foi pura coincidência, tratavam de impedir a saída de Anzola ou queriam estar seguros de algo? O piloto do avião é outro enigma. Quem o escolheu? Donati cumpria 8 anos de condenação por tráfico de drogas e estava em liberdade no regime aberto. A este piloto se havia suspendido sua licença de voo e tinha proibição de sair do país. Por que voava a Curaçao nesse avião charter? Por que o aviador não declarou a emergência a Maiquetia? Nada disto se investigou e o Regime Chavista colocou terra sobre o fatal acidente.

A morte de Anzola, cujo pai de mesmo nome era então o Chefe de Estratégia da Coordenadoria Democrática, se converteu em caranguejo sem dor. Algum dia saberemos quem o mandou matar. O importante é destacar o véu que cerca a SMARTMATIC e seus manejadores cubanos que não somente roubam votos mas roubam vidas. Este grupo controla as eleições, mas estão caindo em evidência. Não há fraude eterna e a Venezuela está se despertando. Por agora, só nos restar votar o 8D. Tentar fazer uma fraude outra vez, mas estamos no dever de tratar de evitar e tirar o véu dos assaltantes de voto.

http://www.abcdelasemana.com/2013/09/20/una-extrana-muerte-en-smartmatic/

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